Salve traça!
Hoje faço uma homenagem a um grande amigo, aniversariante deste primeiro de janeiro próximo: Herley Ito Alder, Old, o ancestral da galera.
Há alguns anos atrás escrevíamos, Ito e eu, todo primeiro de janeiro algum conto. Os contos eram escritos por duas cabeças, não tem como explicar mais que isso. Enfim, posto agora, como um presente e uma homenagem, a uma pessoa e a uma época de minha vida.
2 de Janeiro
TRIM! Gritou o relógio, rompendo com uma noite intensa de
sonhos retorcidos na cama, viradas e desviradas de um lado para o outro e uma camisola, completamente molhada.
TRIM. Gritou o relógio, e neste breve
momento Júlia soube que este; seria o grande dia.
Neste dia,
especialmente, a ansiedade não permitia o normal transcorrer do tempo, ela praticamente o parara. Seus pensamentos ora a julgavam por um crime ainda não
cometido, ora lhe banqueteavam com promessas de satisfação; e glória, finalmente entrar
para um seleto grupo de garotas. Assim se foi o dia, em uma luta consigo mesma.
Até que chegou a hora, o momento passível da desistência ficara para trás.
Todas as suas amigas já haviam feito isso, e de hoje em diante ela não seria
mais a excluída. Santinha? Certinha? Tudo isto ficaria para trás... em breve.
No entanto, que fique claro, Julia não faria aquilo pelas amigas, o desejo era
o mestre, a ânsia por um fruto proibido há dominava.
Há algum
tempo que esta idéia vinha perambulando por sua cabeça, em verdade, há dias já
havia planejado tudo, e agora, estava tudo ali, ao toque de seus olhos. Seu coração batia como uma locomotiva desgovernada,
pronta a saltar a qualquer momento para fora de seu corpo. Suas pernas não
obedeciam prontamente as ordens de sua cabeça. Afinal, onde estava ela agora,
sua cabeça?
O suor frio
que descia de sua testa contrastava com o flamejar de sua pele. Sentia
medo...mas também excitação
Foda-se;
estas foram as palavras que Júlia pensou no instante final, no momento em que
ainda lhe restava uma gota de consciência ; estas são as palavras que todos nós
pensamos em momentos como este.
Alguns
segundos foram necessários, uma longa respiração, uma forte ingestão de ar e
coragem no corpo para então tocá-lo. Firme, forte, grande, não! Era enorme, bem
maior do que em seus sonhos, deveras maior que na sua imaginação infantil e
isso, definitivamente, a assustava. Um última vez olhou para trás, tomou força
e subiu.
Era tarde
demais,o sinal do colégio avisava a todos que estavam dispensados, podiam ir
embora, logo, não havia mais a necessidade, o desejo, a proibição, o medo, o
prazer em se pular o muro. Júlia retornou para o pátio da velha escola, tomou a
direção do portão de saída e jurou. Jurou que amanhã conseguiria pular o muro...e
esta ainda não foi a última vez que ela jurou, tão menos a primeira.
2 comentários:
muito bom !
Obrigado pela leitura.
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