Conto empoeirado

Salve traças!
Desde janeiro nada recente surge neste espaço empoeirado, logo, segue um conto bem extenso e experimental, como sempre. 
Este conto foi inspirado / deturpado do conceito de Fragmentos, proposto por Novalis
No blog posto apenas o início, para aquelas traças que se interessarem pelo restante é só fazer o download aqui:






Casinha Branca

Muitos morreram aqui, à sombra de flâmulas de liberdade, tão escravos quanto poderiam ser, mas mesmo a mais longa das noites se arrasta para o amanhecer.  O horizonte aqui, outono jovem, brilha em um céu azul sem nuvens. Ao lado da velha estrada, cuja história é narrada para crianças na escola, uma cruz. No sopé da grande montanha, uma casa branquinha, uma chaminé, fumaça, talvez uma manhã aquecida em família, ou então um “quem”, um ser criando cerâmica para sobreviver, em intimidade solitária com a realidade.Traço cores nas visões que capto, da lata de refrigerante jogada ao papel que voa ao alcance de minhas mãos, um quadro com digitais de fantasmas. Estou só e assombrado por lembranças que não tive. Só, sentado à margem que ninguém pisará, tão menos eu, inicio uma história.