Perspectivas
-Do alto

O caminho foi longo, uma subida demorada, gerações após geração fomos empurrados para o nosso destino. Nossa mãe nunca soube onde iríamos chegar, porém, ela sempre soube que estávamos nos desenvolvendo, hoje vemos que maravilha nos tornamos. Alçamos vôo.

Calmo, tranqüilo, vejo a noite e vejo o dia, pausadamente, vagarosamente...devagar como sempre foi, e como sempre deveria ser. O sol tocando minhas penas com seu carinho fraterno, as nuvens abraçando meu corpo, a leve brisa quente me empurrando para o infinito desse mundo, como uma orquestra em harmonia com meu ser, proporcionando a beleza de meu vôo. A magia do pairar na imensidão azul. Sim, estes são meus companheiros.

Aqui mesmo, nas alturas, sou capaz de fechar meus olhos e adormecer, e no colo acolhedor de minha mãe permanecer. Vivo minha vida livre, sem destino, somente com um propósito; passar adiante a mim mesmo, passar adiante o melhor de mim, é esta minha única tarefa em meio a essa beleza azul anil.

Aqui em cima a tristeza dos milhões de corações que povoam o mundo não é mais sentida, aqui o cheiro podre de vidas regadas a tropeços e desejos não chega mais, aqui fui abençoado com a distância.

Minhas longas asas... as mais belas já concebidas por suas mentes ainda estariam distantes da visão das minhas. Pois minhas asas, tem o exato tamanho e formato grandioso de minha felicidade.

Minhas pernas...atrofiadas, fracas, em desuso, pois há tempos não tocam o chão, pois há tempos se tornaram puras, livres do abraço da amargura da superfície podre.

Minha vida é plena, minha alegria onipresente e isto não chega a te causar inveja, ou chega...pois eu estou além. A quilômetros do que seus olhos podem ver e suas mentes entender. Estou acima de sua terra, a milhas distante de suas cidades, do cinza de suas vidas e do vermelho de suas mortes.

Minha mãe lhes deixou o canto belo e limpo de meus irmãos, embora vocês não sejam capaz de aprecia-lo sem impor a sua rédea, sua prisão. Porém, nem mesmo a falta da liberdade os impede de trazer minutos de prazer a seus ouvidos, segundos atenuantes em meio às horas de megalomania de suas vidas, impede?

Assim sou eu, assim é minha vida...assim deveria ser a de todos vocês, movimentada pelos apelos básicos da existência, nada de buscas sem sentido, ou desejos não desejados. Pois, dessa maneira nossa mãe nos fez para sermos felizes, e vocês também devem ser felizes.

Essa é a minha perspectiva....aqui do alto....




A criatura:

Os andorinhões são aves de pequeno porte, com comprimento situado entre 9 a 25 cm, consoante a espécie. A sua plumagem é geralmente preta ou castanha, sem dimorfismo sexual evidente, mas algumas espécies apresentam barriga mais clara e manchas coloridas na zona da garganta. As asas afiladas em forma de boomerang são extremamente longas, por comparação com o resto do corpo. As penas primárias, longas e estreitas, junto com as penas secundárias muito curtas, permitem aos andorinhões um voo rápido e a possibilidade de planar. O bico é muito curto e um pouco recurvado. As patas e dedos são extremamente curtos e quase invisíveis quando o andorinhão voa. Esta característica é a origem do nome do grupo e da ordem Apodiformes (do grego a, sem + poda, pés). As glândulas salivares dos andorinhões são relativamente grandes para animais desta dimensão e aumentam de tamanho na época de reprodução.

A fisiologia dos andorinhões é especialmente adaptada para o modo de vida aéreo do grupo, por vezes a grande altitude. O tipo de hemoglobina que possuem é diferente das restantes aves e permite o transporte de grandes quantidades de oxigénio a baixa pressão. Graças a estas adaptações excepcionais para o voo e ao formato das asas, os andorinhões passam grande parte do seu tempo no ar e algumas espécies (como o andorinhão-preto) são inclusivamente capazes de dormir enquanto planam.

Mais Informações : http://pt.wikipedia.org/wiki/Andorinh%C3%A3o